Problema de Expressão: August 2005

Tuesday, August 23, 2005

Lágrima sem sabor

Não consigo recordar as noites em que as lágrimas ficavam timidas no meu intimo e não ousavam perturbar o meu sono. Agora, as noites são dias chuvosos, onde o sol está ausente e a escuridão sempre presente. As lágrimas de tão frequentes já não tem sabor, nem a tristeza extrema, nem a felicidade... são lágrimas apenas de quem não sabe onde está, o que tem ou com quem pode contar...
São lágrimas já não sentidas... mas sim uma mera rotina de quem não encontra um rumo.
Suspiro...
Estou cansado de não conseguir fechar os olhos e me abstrair do mundo.
Estou cansado da pressão.
Estou cansado do hábito de estar cansado.

Apenas sei... que muito mais tempo não vou aguentar...

Problema de Expressão...

Thursday, August 18, 2005

Rumos

Sigo os passos dos teus olhos
rumo á vida – Caio, firo-me
e recupero – recupero-me nas
palavras doces do teu coração,
na essência do teu calor e sei
no dia que a noite nunca vem só.

Estás presente Não sei,
finjo não querer saber.
Sentir-te é conseguir
adormecer na sombra,
na luz e viver cada raio
com a intensidade do teu Ser...

Compensa-me o risco de viver,
preenche-me de presença veloz,
e não deixes que me perca
nos rumos traçados...
Entre pedras e flores,
entre abismos e plenitude
eu sinto.... sinto que o rumo
de viver esta perto de ti.

Wednesday, August 17, 2005

Contradição da vida, falsidade do meu ser...



Agora choro e finjo não saber a razão de tais lágrimas cruéis que me rasgam o rosto e me deixam cicatrizes na alma. Minto aos outros quando esboço um sorriso que não é sincero nem alegre, mas sim carregado de amargura e de sofrimento. Procuro acreditar que tudo é passageiro e que a vida é feita de problemas que têm de ser enfrentados.
Mas há dias, como hoje, em que as forças desvanecem e fico vulnerável a qualquer palavra mais agressiva. Tento manter-me sereno, empregando sempre respostas aparentemente firmes e determinadas, mas cuja base é o tremer do meu coração.
Vivo no meio de gente... gente anónima que procura conhecer-me e eu não deixo. Quero guardar tudo para mim. Quero sentir-me seguro. Mas as perguntas rompem com a estabilidade aparente do meu dia-a-dia e não sei que resposta dar. Não sei o que posso ou não dizer e dizem-me: não sabemos nada de ti. E eu será que sei? Será que sei que sou firme, forte e determinado? Ou não passo de um ser falso e inseguro que procura uma estabilidade medíocre para levar a sua vidinha em frente?
... não consigo obter resposta a tais questões...
Mas sei bem o que sinto. Sinto-me perdido, sem nenhum braço que me puxe das areias movediças da vida. Olho-me ao espelho e repito: és feliz. Em parte sou... mas falta-me algo. Falta-me a partilha com as pessoas de quem gosto. Falta-me a coragem de dizer “amo-te” a quem amo de verdade. O tempo passa e ficam palavras soltas no ar que nunca foram materializadas. Ficam carinhos por dar e uma vida por partilhar.
Como posso sentir-me livre se vivo num mundo isolado de quem me é mais próximo?
Reconheço as suas preocupações, mas sinto o seu sufoco transposto para a minha vida.
Com quem posso contar? Que mudança posso colocar em marcha? Terei força?
Num gesto dramático e que pouco me caracteriza, preciso de saber e sentir que tenho alguém para além de mim. Que tenho uma força externa que me pode ajudar em caso de desmoronamento.
Tapo os ouvidos para nada ouvir... quero fugir desta gente que de tanto me amar só me pressiona. Quero olhar outros horizontes que realcem a minha génese e o meu carácter.
Lágrima.... dor... lágrima... dor. Eis a sequência desta noite.
Sinto-me tão só e perdoem-me quem me ama e quem eu amo. Mas sinto-me só deitado na cama fria e anónima no mundo. A vida feita de mentira gera este sentimento cíclico. São crises de identidade que procuro ultrapassar com normalidade, mas as lágrimas não escondem que de dia para dia o agudo da dor se intensifica.
Não me apetece acordar amanhã. Não me apetece comer. Não me apetece nem ver, nem ouvir. Não quero ninguém aqui, mas quero todos junto a mim. Contradição?
A vida é feita delas e eu sou a prova disso:

Sinceridade / falsidade;
Tristeza /alegria;
Só /acompanhado;

Preciso de dormir... amanha é um novo dia e o mundo não pára apenas porque não sei o que faço aqui... Lágrima...

sem título

Dia - Abro o meu corpo agora para receber a tua energia e alimentar o meu coração.
Noite - Fecho o meu corpo agora para poder dormir contigo em mim.

Assim eu vivo,
sem título, sem palavras, sem sentido, sem lógica... apenas o silêncio, apenas o desejo, apenas o aroma, apenas TU.

Thursday, August 04, 2005

Viajo e sou vento em vocês... sim vocês... cada um de vocês vai entender que o vosso contributo em mim é hoje, aqui, expresso...para que o tempo não me roube as palavras e que elas fiquem no vosso coração, tal como vocês já estão no meu.
Talvez pudesse o tempo parar e eu pudesse contemplar novamente todos os momentos em que já me fizeram sorrir, em que já me enervaram e me fizeram dizer disparates em voz altiva. Talvez pudesse o tempo acelerar e surgissem novos momentos ainda melhores do que aqueles em que estivemos todos juntos e com toda a energia do cosmos.
É assim que vos, que nos vejo. Energia pura quando estamos juntos e deixamos os problemas e as divergências de lado. Quando nos esquecemos que um dia nos esquecemos do nosso todo e nos dedicamos apenas a um alguém que nos absorve até à exaustão. Nestas alturas no rádio toca a nossa velha canção e vem à memória aquele beijo, aquele toque e porque não aquela bebedeira que tanto deu que falar... sem censura...sem medo: quero relembrar tudo de vocês, para sempre.
A vida não nos deixa fazer planos. Ela constroi-os por nós, que desatentos os vamos percorrendo sem orientação própria. Ela constroi os planos e os caminhos, mas quem coloca as pedras no caminho e a forma de as pisar somos nóss. Por isso deixem-me colocar-vos no meu coração, cada um com o seu lugar e carinho especial.
Deixei-me cravar nas rochas o vosso nome para que nem o vento nem o mar os apaguem de mim...
Tenho medo de os caminhos nos trocarem os sentidos e confusos nos percamos uns dos outros... Não vou deixar que a vida nos separe, não vou deixar que eu me esqueça de vocês, nem que vocês se esqueçam de mim... Num dia, algures, nós construímos um laçoo que invisivel já nos prende e não nos deixa ser indiferentes quer no melhor, quer no pior de cada um de nós.
Nem sempre encontro o melhor termo, nem o melhor modo para demonstrar o quanto vocês são importantes para mim... mas nunca pensem que me esqueci.
Vocês são cada partícula das minhas lágrimas, cada forma do meu sorriso, o calor da pele e a energia que me permite enfrentar as intempéries da vida. Não digo o que estou a sentir, mas quero que o vejam nos meus olhos quando estou com vocês.
Os nossos mundos podem ter ecossistemas diferentes, espécies diferentes... mas o SOL é só um...e é nesta unicidade da vida em que eu e vocês nos inserimos. Todos fazemos parte do outro ...e vocês, vocês fazem parte de mim. Beijo sentido para cada um de vocês. Que o sintam onde quer que estejam amigos.


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Na alma e na pele tenho escrito em letras maiúsculas o quanto gosto de ti. Pode não ser visível ao primeiro olhar, ao primeiro toque, mas se tocares os teus lábios nos meus vais entender que és o rei que navega em mim. Enfrentas os ventos e as tempestades que o meu mar provoca e não deixas que o sonho morra. Hoje sinto que o rumo que sigo me leva até ti e se por momentos não sei o motivo do que me leva a tropeçar, é porque também sei que tudo mudarei para não te perder. Não chega a hora, o minuto ou o segundo, preciso de ti aqui, no meu coração, sempre. Não tenhas medo de conhecer tais palavras tão fortes, assim escritas tenho a certeza de que nada me esquecerei de te dizer. Num acto de magia dei conta que em 6 meses tudo mudou. A visão torna-se mais clara e o sangue flui com mais intensidade. Vejo tudo com mais beleza e sinto-me preenchido, capaz de enfrentar o mundo a teu lado.
Nunca entendi bem a palavra “amor”, nunca soube bem como expressar o quanto gosto de alguém.... mas assim confuso e tonto à minha maneira não quero que fiques sem entender o quanto gosto de ti. Se não me sei expressar prefiro fechar os olhos e beijar-te.... assim acredito que conseguirás saborear o doce quente do meu sentimento por ti.
Se por momentos te feri, deixa-me reconstruir os tecidos e apagar as marcas. Deixa-me abraçar-te e parar o tempo, deixando-nos mergulhados no silêncio da nossa respiração, contemplando a plenitude da nossa unidade.
Não sei se consigo traduzir em palavras a sensação de acordar de manhã a teu lado, de preparar o teu pequeno almoço e até de te ouvir refilar pelas minhas parvoíces. Só sei que tudo tem um encanto especial. Tem o teu encanto. Sei que cada vez que tenho de te deixar ao fim da tarde, com a noite e o frio a abraçarem-se, sinto uma vontade enorme de desafiar tudo e bater o pé. Fechar a porta e deitar-me a teu lado sem pensar em mais nada. Mesmo quando o sol está alto e o calor aperta, o sentimento perdura. Não me quero afastar de ti. Não porque sinta que tenho a tua posse, mas porque sinto carinho, segurança, dedicação, atenção, ternura... Gosto do teu cheiro, da entoação da tua voz, das tuas pancadas na minha cabeça, gosto de andar à porrada contigo, gosto de cozinhar a teu lado, gosto de te ver sorrir, gosto de te ver sério, gosto de passear contigo, gosto da tua loucura, gosto de ter planos contigo, gosto de não os cumprir e ficar na cama na ronha....... Em suma gosto de gostar de ti.
Independentemente do que o futuro reserve, tens de saber que uma parte de mim já te pertence. E ao contrário do que dizem o tempo não cura nada, nem faz esquecer nada. A marca fica sempre...
Neste momento posso dizer-te que a marca dos 6 meses me faz sentir muito feliz e a ideia de vir a continuar a estar contigo ainda me estimula mais o coração a abrir-se e a dizer-te: és único. Adoro-te. Fica comigo* AH!... obrigado por seres como és.

Nota: o amor quando existe é intemporal, por isso eu também o sou, bem como a este texto.


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